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Durante o ano de 2021, foram atingidos máximos históricos globais no que diz respeito a área de Fusões & Aquisições (M&A), tanto em número de operações concretizadas como em montante associado. No entanto, o atual contexto geopolítico e económico poderá suavizar este dinamismo da atividade, motivando uma postura de wait and see por parte dos investidores. De facto, de acordo com os dados do TTR - Transactional Track Record relativos ao 1º trimestre de 2022, é de assinalar um ligeiro abrandamento da atividade.
Apesar do contexto adverso, é importante mencionar que decorreram alterações estruturais ao longo da última década em Portugal, nomeadamente, a elevada liquidez e processos de desinvestimento bem-sucedidos por parte das Private Equity e novas dinâmicas de capitalização introduzidas pelo Banco Português do Fomento. Neste sentido, prevê-se que se mantenha o dinamismo, principalmente, num conjunto de sectores mais atrativos.
É expectável que o sector tecnológico – com especial foco na digitalização e cibersegurança – realize diversas operações resultantes da crescente reputação das competências das empresas portuguesas globalmente. Nesta área, o M&A tem bastante relevância, porque possibilita uma rápida aquisição de competências, angariação de capital para crescimento acelerado ou a entrada em mercados externos.
Num cenário de incerteza, perspetiva-se também uma procura por investimentos com imobiliário incorporado, com o propósito de reduzir o risco. Neste âmbito, enquadra-se o sector da hotelaria, motivado pela lógica de concentração setorial, bem como das necessidades de liquidez causadas pela pandemia. São ainda de salientar as lógicas de concentração no sector agrícola, com especial relevância para sociedades que se dediquem às culturas de olival, vinha e amêndoa.
Considerando o conflito na Ucrânia, as metas da União Europeia para a descarbonização e a própria racionalidade de desenvolvimento do sector das energias renováveis (promotores licenciam e constroem para posterior alienação a operadores de longo prazo), espera-se um elevado entusiamo por parte dos players desta área.
Também a incorporação e aplicação dos critérios ESG (Ambiente, Social e Governança) nas organizações, visando contribuir para uma sociedade mais sustentável, pode alavancar as operações de M&A. Em termos nacionais, destaca-se o Fundo de Capitalização Estratégica, dinamizado pelo Banco Português de Fomento, bem como um conjunto de Sociedades de Capital de Risco (SCR) orientadas especificamente para investimentos ESG. Adicionalmente, e tendo em conta as novas diretrizes da CMVM, todas as SCR a atuar em Portugal devem considerar os critérios ESG na avaliação de oportunidades de investimento. Desta forma, é expectável uma maior apetência dos investidores por empresas alinhadas com estas práticas.
Por fim, num período que se previa de recuperação económica, registam-se diversas alterações macroeconómicas com impacto nos custos das empresas, tais como a subida dos preços da energia e outras matérias-primas. Perante os níveis históricos de endividamento das empresas portuguesas, é previsível um período de maior dificuldade para o tecido empresarial português.
No entanto, as recentes alterações legislativas efetuadas no âmbito do Programa Especial de Revitalização (PER) e do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE) proporcionam um contexto favorável à revitalização das empresas, sendo expectável a realização de movimentos de aquisição de empresas para posterior reestruturação. É de referir ainda um crescimento do número de Fundos de Private Equity a operar em Portugal focados neste tipo de operações.
Concluindo, e numa altura em que os investidores têm liquidez e procuram estabilidade e confiança, Portugal poderá oferecer um contexto muito interessante para a realização de investimentos numa lógica de proximidade, o que poderá potenciar as operações de compra e venda no nosso país.
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Paulo Isidoro | Consultor
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