Internacionalização - 3 etapas-chave: estratégia, planeamento e capacidade de investimento

2022 será o ano da Internacionalização para as empresas portuguesas?

Desafiámos Pedro Magalhães, Diretor de Relações Internacionais da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, a fazer um balanço sobre os resultados das exportações nacionais em 2021 e no 1º semestre de 2022. Neste artigo vamos também conhecer as 3 etapas-chave que caracterizam as organizações que fazem sucesso lá fora e, claro, vamos conhecer as oportunidades que vêm aí com o Portugal 2030.

Poucas pessoas diriam que, tendo terminado o 1º semestre de 2022, estaríamos a assistir a um crescimento sem precedentes nas exportações nacionais – o primeiro trimestre de 2022 foi o melhor de sempre na exportação de bens e serviços, contribuindo - e muito - o setor do turismo, e superando os valores pré-pandemia. 

Em termos do primeiro trimestre de 2022, as exportações portuguesas de bens e serviços ascenderam a 25.518 milhões de euros, o que representa um aumento de 30 por cento face ao mesmo período de 2021.

Fonte: AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal

2022 está a revelar-se ainda com melhores resultados

No final de 2020 (em pleno ambiente pandémico) escrevi um artigo onde afirmava que 2021 tinha tudo para ser um ano muito melhor que 2020, para o comércio internacional em geral e em particular para as nossas empresas exportadoras. Tive a sorte de acertar em cheio. 2021 foi um ano muito bom e 2022 está a revelar-se ainda com melhores resultados.

E isto tudo acontece com inúmeras condicionantes que afetam e muito o comércio internacional – escassez de matérias-primas, problemas logísticos e de transporte complicadíssimos, falta de mão-de-obra, fatura energética elevada e um conflito armado na Europa, sem nunca esquecer a Covid-19 (ainda com efeitos significativos em alguns países). Agora imagine o cenário das exportações nacionais sem estes problemas associados!

10 questões-chave antes de dar os primeiros passos na Internacionalização

Um processo de Internacionalização não é fácil nem barato uma vez que ganhar a confiança exige tempo e investimento. Por isso, partilhamos 10 questões-chave que qualquer empresa deve colocar antes de dar os primeiros passos nesta jornada.

1. Quais as motivações para começar a exportar (reactivas vs proativas)?
2. O meu serviço/produto é exportável?
3. Que barreiras vou enfrentar (internas, parceiros, ambiente, etc.)?
4. Como escolho o mercado para onde exportar os meus produtos/serviços
5. Que adaptações tenho de efetuar (internas e externas)?
6. Como promovo os meus produtos/serviços nos mercados internacionais? Que aspetos valorizam os clientes locais?
7. Qual é a minha USP – Unique Selling Proposition? Como me diferencio?
8. Tenho recursos? E capacidade/visão para “aguentar” e esperar pelos resultados?
9. Como me financio?
10. Quem me pode ajudar?

Quer “dar o salto” para a INTERNACIONALIZAÇÃO?
Saiba como aqui.

As 3 etapas-chave: estratégia, planeamento e capacidade de investimento

As empresas exportadoras portuguesas conseguiram suportar-se no digital quando assim foi necessário, mas estamos de novo a assistir a um regresso ao contacto pessoal, às reuniões físicas, às feiras, aos eventos, às missões empresariais presenciais, entre outras tantas iniciativas que pautavam o dia-a-dia do comércio internacional antes da pandemia e de que tanto sentimos falta.

E com isto reforça-se a ideia fundamentada de que para se ter sucesso a nível internacional temos necessariamente de ter uma estratégia bem delineada, um planeamento eficaz e uma capacidade de investimento robusta que nos permita ser mais competitivos nos mercados internacionais. Só assim estaremos mais bem preparados para os inúmeros custos de contexto que existem e diferem de mercado para mercado.

A importância do Portugal 2030

A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa tem ajudado inúmeras empresas portuguesas exportadoras a fazerem mais negócios a nível internacional, de uma forma customizada e que coloca estas mesmas empresas frente a frente com importadores, distribuidores, parceiros e/ou clientes finais. Conseguimos que os nossos clientes poupem tempo, dinheiro e recursos no processo de desenvolvimento de negócio internacional, em mais de 90 mercados distintos e fruto de uma rede ampla de consultores especializados. 

E são também estes nossos vários clientes, de diferentes setores (metalomecânica, alimentar, vinhos, têxtil, calçado, IT, farmacêutica, entre outros), que nos têm vindo a perguntar sucessivamente quando abrem as novas linhas de financiamento para apoio à internacionalização. Os incentivos financeiros são uma ajuda muito importante para as PME nacionais, apesar de alertarmos que devem servir, acima de tudo, como um meio para concretizar um projeto de investimento alinhado com a estratégia da própria empresa. Só desta forma podem trazer resultados benéficos e sustentáveis a médio e longo prazo.

Continuaremos assim a aguardar pela nova abertura de candidaturas, que esperemos seja ainda este ano, permitindo desta forma às empresas portuguesas terem um músculo maior quando preparam os seus planos de internacionalização e, posteriormente, abordam os mercados internacionais. E, claro, contando como sempre com o apoio da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa! 

Pedro Magalhães
Diretor de Relações Internacionais
Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa