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Como identificar despesas de I&D na minha empresa?

08 01 2025 Investimento e Financiamento
Como identificar despesas de I&D na minha empresa?

A rapidez com que o mercado evolui tem colocado às empresas portuguesas uma grande pressão. Inovação, Digitalização, Automação e Redução de Custos são os desafios a ultrapassar para assegurar a competitividade e o crescimento sustentável das empresas e da economia portuguesa.

A Investigação e Desenvolvimento (I&D) surge, assim, como a resposta estratégica para superar estes desafios. Mais do que um investimento, a I&D é um imperativo estratégico para empresas que pretendem construir um futuro sustentável, permitindo-lhes não só inovar em produtos, processos e serviços, mas também antecipar as transformações do mercado.

Assim, a capacidade de identificar e otimizar as despesas associadas a estas atividades revela-se um diferencial competitivo e um catalisador para o sucesso a médio e longo prazo.

 

 

// 1. O que é a I&D?

A I&D refere-se a um conjunto de atividades realizadas de forma sistemática para aumentar o conhecimento humano e encontrar aplicações práticas desse conhecimento.

De acordo com o Manual de Frascati, amplamente utilizado para classificar as atividades de I&D, estas podem ser divididas em três domínios principais:

  1. Investigação Fundamental: Trabalhos experimentais ou teóricos que visam obter novos conhecimentos sem aplicações práticas imediatas.
  2. Investigação Aplicada: Estudos que visam resolver problemas específicos, com um foco claro em aplicações práticas.
  3. Desenvolvimento Experimental: Aplicar conhecimentos existentes para criar ou melhorar produtos e processos.

No âmbito empresarial, as atividades de I&D enquadram-se, na sua maioria no domínio do Desenvolvimento Experimental. No ponto 4 iremos abordar em detalhe quem são os setores onde já foram comprodadas despesas de I&D.

 

// 2. Como Identificar Despesas de I&D?

A identificação de despesas de I&D pode parecer um desafio, mas com um método estruturado, o processo torna-se mais fácil e acessível ia todos os empresários. Mas porque é tão importante identificar despesas de I&D? Identificar atividades de I&D, para além de ser fundamental para avaliar o grau de inovação da empresa face à evolução da inovação no mercado, é também uma vantagem estratégica para os empresários portugueses. Com base nas despesas identificadas, podem utilizá-las para deduzir à coleta de IRC, parte do Investimento realizado por via do Benefício Fiscal à Investigação e Desenvolvimento – SIFIDE.

Artigo RecomendadoSIFIDE – Tudo o que precisa de saber

/ 1ª Passo - Mapear os Projetos e os Colaboradores envolvidos

Identifique os projetos desenvolvidos nas áreas de negócio e os colaboradores envolvidos. Analise os objetivos de cada projeto e a percentagem de alocação de cada equipa.

/ 2º Passo - Elegibilidade dos Projetos

Mapeados os projetos é o momento de identificar quais que podem realmente conter despesas de I&D. Para este passo preparámos algumas questões que poderão determinar se o projeto que está a desenvolver pode, ou não, conter despesas de I&D. 

Dos projetos que estão em desenvolvimento:

  • Há algum que esteja diretamente ligado ao desenvolvimento de um novo produto e ou serviço?
  • Há algum que tenha como base a introdução de melhorias em produtos ou serviços já desenvolvidos pela empresa?
  • Algum está a ser desenvolvido em parceria com instituições do sistema científico (ENESII)?
  • Desenvolveu algum protótipo e fez aquisição de materiais para o desenvolvimento do mesmo?
  • Há algum que se destine ao desenvolvimento de uma tecnologia que não exista no mercado?
  • Há algum que tenha patenteado nos últimos 2 anos?
  • Algum tem como objetivo o desenvolvimento de um novo método ou metodologia que visa a otimização e eficiência produtiva da empresa ou de um determinado processo?

Se respondeu “Sim” a, pelo menos, três das questões apresentadas acima, então os seus projetos poderão conter despesas de I&D. Vamos então ao 3º e último passo. 

/ 3º Passo - Levantamento das Despesas efetuadas

Mapeados os projetos e avalida a sua elegibilidade, estão reunidas as condições para determinar quais as despesas de I&D. Abaixo vamos enumerar algumas das despeas mais comun. Aconselhamos que numa folha de excel coloque cada uma das rúbricas e o respetivo investimento. Assim poderá ter uma ideia aproximada do investimento em I&D na sua empresa. As principais despesas podem estar relacionadas com:

  • Custos com Pessoal;
  • Equipamentos e Infraestruturas;
  • Serviços Externos;
  • Matérias-Primas;
  • Estudos e Demonstração;
  • Propriedade Intelectual.

Calculado o investimento total em I&D, então a sua empresa pode reunir as condições para beneficiar de uma redução no IRC a pagar. Através do número de colaboradores e da média de tempo alocado ao projeto, pode estimar qual o crédito fiscal que poderá obter para reduzir o IRC da sua empresa.

Ferramenta de Apoio Gratuita: SIMULADOR SIFIDE - Saiba quanto pode beneficiar 

Importa referir que se as despesas foram desenvolvidas maioritariamente por uma entidade externa que não possua o Selo ID: Reconhecimento Idoneidade para a prática de atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D), estas não poderão ser consideradas para efeitos de apuramento do crédito fiscal.

 

// 3. Como Desenvolver um Projeto de I&D?

Desenvolver um projeto de I&D é algo que carece de tempo e um plano bem definido e estruturado. Por norma, as empresas que pretendem desenvolver projetos desta natureza recorrem a equipas especializadas de consultoria em gestão de projeto. Abaixo partilhamos consigo os requisitos necessários para desenvolver um projeto de I&D, com sucesso. 

  1. Establecer os Objetivos do projeto e os resultados esperados; 
  2. Definir o modelo de pesquisa e investigação; 
  3. Definir a forma como vai ser desenvolvido o projeto: 
    • De forma Individual: Com recursos internos da empresa ou com outros recursos que possam vir a ser contratados;
    • Em Copromoção: Com recursos internos da empresa e em parceria com entidades do sistema científico.
  4. Levantamento dos custos envolvidos;
  5. Realização do Estudo de Viabilidade para assegurar que o projeto não compromete a ssutentabilidade do seu negócio;
  6. Identificar as fontes de financiamento disponíveis e estudar a que melhor se aplica;

Estes são os 6 passos que o ajudarão a estruturar e planear com sucesso um projeto de I&D. Por outro lado, os projetos de I&D têm na sua génese uma incerteza associada, pelo que, são projetos que se caracterizam por terem associado um nível de risco superior a outros projetos tradicionais. Neste sentido, as fontes de financiamento são uma oprtunidade para reduzir o risco, no entanto, requerem alguma ponderação na análise das várias alternativas disponíveis. No ponto 5 abordamos os tipos de financiamento disponíveis para projetos de I&D.

 

// 4. Quais são as empresas onde podem ser desenvolvidas atividades de I&D?

A resposta a esta questão é simples: Todas as Empresas podem fazer I&D. No entanto, há que ter em consideração que existem setores de atividade que são mais propícios a desenvolver atividades de I&D, do que outros. A Indústria e os Serviços são os setores onde existe uma maior intensidade de I&D, no entanto, qualquer setor pode investir em investigação e desenvolvimento.

Abaixo enumeramos alguns dos setores comprovados que já apresentaram despesas de I&D:

  • Agricultura e Pescas
  • Alojamento e Restauração
  • Atividades Financeiras e Seguros
  • Borracha e Plásticos
  •  Comércio
  • Consultoria Técnica, Científica e Serviços de Apoio
  • Energia e Água
  • Equipamento informático, elétrico, eletrónico e de ótica
  • Indústria do couro
  •  Indústria do tabaco
  • Indústrias alimentares e bebidas
  • Indústrias extrativas
  • Informação e Comunicação
  • Madeira e cortiça
  • Máquinas e equipamentos
  • Material de transporte
  • Metalúrgicas e produtos metálicos
  • Minerais não metálicos
  • Outras indústrias transformadoras
  • Outros Serviços
  • Pasta e papel; Impressão
  • Petróleo e Indústria química
  • Produtos e preparações farmacêuticas
  • Têxteis e vestuário
  • Transportes e Armazenagem 

 

// 5. Financiamento às Operações em I&D?

O financiamento é um dos grandes desafios das empresas portuguesas, nomeadamente, quando falamos de projetos em que o risco associado é significativamente mais elevado. Contudo, sendo a inovação um fator critico para assegurar a competitividade de qualquer economia, as empresas têm ao seu dispor alguns instrumentos que podem ajudar a reduzir, consideravelmente, o risco associado ao desenvolvimento de projetos de I&D.

  • SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial): Permite às empresas que tenham atividades de I&D, deduzirem à coleta de IRC até 82,5% das despesas associadas. Ao beneficiar do SIFIDE, as empresas têm a possibilidade de re-utilizar parte do imposto (IRC) e aplicá-lo em novo investimento em I&D!
  • Sistema de Incentivos do Portugal2030 – IDT (Investigação & Desenvolvimento Tecnológico): Permite a todas as empresas que se proponham a desenvolver projetos de I&D, o acesso a financiamento não reembolsável que pode chegar aos 80% (Ex: Investimento total: 1.000.000€ | Apoio a Fundo Perdido com taxa de apoio de 80%: 800.000€ | Total de investimento por via de Capitais Próprios no fim do projeto: 200.000€)
  • SIFIDE + Portugal 2030 – Permitem às empresas deduzirem à coleta de IRC até 82,5% dos investimentos realizados no âmbito dos projetos em curso e beneficiarem, em simultâneo, de até 80% de incentivo a fundo perdido via o sistema de incentivo à investigação e desenvolvimento do Portugal 2030 para investimentos futuros (ambos os instrumentos são complementares).
  • Financiamento Bancário – É a fonte de financiamento mais conhecida pelos empresários, mas que pode representar uma ferramenta de alavancagem estratégica e que é passível de complementar os instrumentos mencionados acima. É ainda uma solução viável para as empresas que não cumpram os requisitos de elegibilidade do Portugal 2030.

Recomendado: Saiba qual a melhor fonte de financiamento para o seu projeto! Clique aqui para fazer um diagnóstico gratuito. 

 

// 6. Conclusão?

A identificação e o levantamento das despesas de I&D são passos cruciais para as empresas que pretendem enfrentar os desafios do mercado atual e posicionar-se como líderes em inovação e competitividade. Investir em I&D não é apenas uma questão de reduzir custos ou de usufruir benefícios fiscais, mas sim de construir um futuro sustentável, alicerçado na inovação e na capacidade de adaptação às transformações do mercado.

Com ferramentas como o SIFIDE e os Sistemas de Incentivos do Portugal 2030, as empresas têm à sua disposição um conjunto de soluções que não só mitigam o risco associado a projetos de I&D, mas também promovem a reinvenção de produtos, serviços e processos.

Além disso, setores tradicionalmente menos associados à I&D começam a explorar as oportunidades disponíveis, reforçando que qualquer empresa, independentemente do seu setor, pode beneficiar destes incentivos.

Por fim, a inovação não é um privilégio reservado às grandes empresas. Com os apoios certos e uma estratégia bem delineada, as PME portuguesas podem transformar desafios em oportunidades, garantindo um crescimento sustentado e alinhado com as exigências de um mercado em constante evolução. Se ainda não explorou o potencial da I&D na sua empresa, este é o momento ideal para começar. Afinal, inovar não é apenas um objetivo — é uma necessidade para garantir o sucesso e a relevância no futuro.

 


Yunit Consulting: Juntos, vamos dar o Salto

Última atualização: 19 de Junho de 2024

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