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O EIS fornece uma avaliação comparativa do desempenho dos Estados Membros da UE, e de países terceiros selecionados, em matéria de investigação e de inovação. Inclui os pontos fortes e fracos de cada país, ajudando-os a avaliar os domínios nos quais devem concentrar esforços para melhorar o seu desempenho no âmbito da inovação.
O EIS 2022 inclui 32 indicadores de desempenho, distribuídos por 12 dimensões da inovação em quatro categorias:
Estes 32 indicadores resultam numa classificação dos Estados Membros num de 4 grupos conforme a pontuação média obtida nesses indicadores. Em 2022 obteve-se a seguinte distribuição:
Os países mais inovadores têm geralmente um melhor desempenho num conjunto de âmbitos de inovação. Para atingir um nível elevado de desempenho inovador, os países precisam de um sistema de inovação equilibrado e com um bom desempenho em todas as dimensões. Precisam de um nível adequado de investimento público e privado na educação, na investigação e no desenvolvimento de competências, de parcerias de inovação eficazes entre empresas e com o meio académico, bem como de um ambiente empresarial propício à inovação, incluindo infra-estruturas e competências digitais sólidas. Estes domínios-chave correspondem às dimensões e aos indicadores utilizados no EIS.
Portugal é um Inovador Moderado com um desempenho de 85,8% da média da UE. O desempenho é inferior à média dos Inovadores Moderados (89,7%). O desempenho aumentou (6,4% pontos) a um ritmo inferior ao da UE (9,9% pontos). A diferença entre o desempenho do país e o da UE está a aumentar.
O EIS de 2022 mostra Portugal bem acima do índice europeu nas seguintes categorias, âmbitos e indicadores, que representam, também, fortes aumentos em relação a 2015:
- Contexto
- Investimento
- Atividades de inovação
Os responsáveis políticos portugueses precisam de tomar ações para inverter significativamente os resultados do EIS nos seguintes âmbitos, já que, além de terem valores muito abaixo de 70% da média europeia, representam reduções significativas em relação a 2015:
- Impacto - Sustentabilidade ambiental - Tecnologias relacionadas com o ambiente, Emissões atmosféricas de partículas finas e Produtividade dos recursos - a sustentabilidade ambiental está cada vez mais na ordem do dia, mas as ações para a redução dos impactos negativos no ambiente ainda não estão nas prioridades portuguesas. Será expectável que os incentivos PRR a investimentos no âmbito da eficiência energética e descarbonização sejam reforçados e que este âmbito de análise passe a fazer parte da avaliação dos projetos de investimento no Portugal 2030.
Os resultados de 2022 mostram redução de investimento em relação ao ano anterior, em alguns âmbitos. Assim, faz sentido começar por recuperar o investimento de 2021. As políticas podem passar por atribuir mais benefícios fiscais ou incentivos financeiros ao investimento em I&D e Inovação, vinculados a estes indicadores de resultados. Esperemos que as agendas mobilizadoras do PRR se concretizem como contributos relevantes para os pontos fracos do Sistema de Inovação português já que proporcionarão incentivos financeiros a projetos que terão com resultado inovações de produto ou processo, a introduzir no mercado até ao final de 2025, suportadas em atividades de I&D. Os indicadores de resultados destes projetos têm em conta, por exemplo, o emprego tecnológico, e as inovações tecnológicas introduzidas no mercado, parecendo dar uma resposta direta aos pontos fracos identificados no EIS.
Célia Esteves | Diretora de Sistemas e Processos
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