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Como acelerar a transição para a economia circular?

25 06 2021
Como acelerar a transição para a economia circular?

A Economia Circular é um modelo de desenvolvimento sustentável que permite devolver os materiais ao ciclo produtivo através da sua reutilização, recuperação, reparação e reciclagem.  Assegurando assim maior eficiência na utilização e gestão de recursos, maior sustentabilidade do planeta e maior bem-estar das populações.

25 de junho 2021

Economia circular

O PRR

O PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) é um instrumento que proporcionará a implementação de um conjunto de reformas e de investimentos que permitirá ao país retomar o crescimento económico sustentado, reforçando o objetivo de convergência com a Europa ao longo da próxima década. Será financiado por recursos totais de 16,6 mil M€, distribuídos por cerca de 14 mil M€ de subvenções e 2,7 mil M€ de empréstimos, e com um perfil de desembolsos que permitirá a liquidez necessária para que o PRR funcione como instrumento efetivo de resposta à crise. 

3 Dimensões

As reformas e investimentos do PRR estão agrupadas em três dimensões estruturantes: a Resiliência, a Transição Climática e a Transição Digital. As transições relativas ao clima e ao digital representam 33% do total do programa, enquanto a dimensão Resiliência, que engloba a vertente das vulnerabilidades sociais, a resiliência económica e a resiliência territorial, absorve 2/3 dos recursos do PRR.

Transição Climática

A dimensão Transição Climática pretende, por via do estímulo da investigação, da inovação e da aplicação de tecnologias de produção e consumo de energia mais eficientes, promover o melhor aproveitamento dos recursos de que o país já dispõe e agilizar o desenvolvimento de setores económicos em torno da produção de energias renováveis.  Assim, nesta dimensão as opções nacionais assentam em três prioridades: 
  • redução de emissões de gases com efeito de estufa entre 45% e 55% até 2030, em relação a 2005; 
  • uma incorporação de 47% de fontes de energia renovável no consumo final bruto de energia e 
  • uma aposta na eficiência energética traduzida na redução de 35% de energia primária.
Estas prioridades, alinhadas com o compromisso assumido por Portugal de atingir a neutralidade carbónica até 2050, contemplam seis componentes com intervenção nas seguintes áreas estratégicas:
  • Mar
  • Descarbonização da indústria
  • Bioeconomia sustentável
  • Eficiência energética em edifícios
  • Hidrogénio e renováveis
  • Mobilidade sustentável.

Bioeconomia sustentável - objetivo

Na componente “Bioeconomia Sustentável” pretende-se desenvolver as iniciativas necessárias à alteração de paradigma para acelerar a produção de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos Este objetivo pretende dar resposta ao compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, passando de uma lógica sustentada na economia linear para uma economia de baixo carbono, circular e centrada na utilização dos recursos naturais de forma sustentável. Nesta componente serão apoiadas iniciativas centradas em três setores estratégicos para a economia portuguesa
  • Têxtil e vestuário, 
  • Calçado,
  • Resina.
Pretende-se então alavancar a transição para produtos de base biológica e aumentar a eficiência na utilização de recursos, criando maior valor do mesmo material. A mudança estrutural associada à transição para a bioeconomia deverá ter um impacto duradouro na resiliência económica e social, contribuindo para a transição ecológica e digital, para a competitividade dos processos de produção e para a criação de emprego a longo prazo. A mudança de paradigma será concretizada através da definição de ações em cinco eixos de atuação:
  • Incentivar a produção sustentável e utilização inteligente de recursos biológicos de base regional;
  • Promover a Investigação & Inovação, reforçando e valorizando a capacidade científica e tecnológica nacional de excelência;
  • Desenvolver a bioindústria circular e sustentável: inovação na cadeia de valor e nos processos;
  • Sociedade: comunicar, formar e educar;
  • Monitorizar a Bioeconomia sustentável em Portugal: avaliar a evolução, compreender os limites dos ecossistemas e promover a certificação.

Bioeconomia - investimento

O investimento no âmbito da Bioeconomia ascende a 145 milhões € e a sua execução será da responsabilidade do Fundo Ambiental. No setor do Têxtil e Vestuário, o investimento está estruturado nos seguintes pilares de intervenção:
  • Da natureza: desenvolvendo novos processos produtivos de artigos têxteis funcionais, inovadores, a partir de matérias-primas de base biológica, incorporando biomassa florestal (celulose e lenhina) e fibras naturais alternativas provenientes do setor agroalimentar (fibras provenientes das folhas do ananás e da banana, do cânhamo, da cana do arroz, entre outros); 
  • De forma circular: promovendo modelos de negócio inovadores baseados em reprocessamento de matérias primas biológicas, recicladas e reutilizadas;
  • De forma sustentável: apostando no conhecimento dos processos e sistemas de produção para que cada artigo possa ser reutilizado e reciclado várias vezes; 
  • Para as pessoas: sensibilização para a produção e consumo responsável ao longo de toda a cadeia de valor envolvendo os vários stakeholders, bem como o consumidor final. 
No setor do Calçado, o investimento tem por base: 
  • Biomateriais e componentes sustentáveis: utilização e reciclagem de subprodutos e biorresíduos agroalimentares ou industriais; 
  • Calçado do futuro: desenvolvimento de novos conceitos de bio e eco produtos diferenciados e de maior valor acrescentado;
  • Gestão de resíduos e economia circular: promoção de modelos de gestão de subprodutos e dos resíduos de produção e de calçado no fim de vida, a desclassificação de resíduos, e o desenvolvimento e produção de novos materiais e produtos que permitam a valorização dos subprodutos e resíduos e a transição do cluster do calçado e moda para a economia circular; 
  • Tecnologias avançadas de produção: dotar o cluster de tecnologias inovadoras e sustentáveis, no âmbito da digitalização i4.0; 
  • Capacitação e promoção: dotar os profissionais do setor com competências tecnológicas para desenvolvimento ou produção de biomateriais e calçado do futuro, tecnologias i4.0 ou serviços e promover no cluster inovações, baseadas em conhecimento, alavancando a sua promoção junto do consumidor quer no contexto nacional quer no contexto internacional. 
No que diz respeito à promoção e valorização da Resina Natural, pretende-se: 
  • Fomentar a produção de resina natural nacional; 
  • Reforçar a sustentabilidade da indústria transformadora através de ações de valorização comercial e tecnológica da resina natural como bioproduto de alto valor acrescentado; 
  • Diferenciar positivamente a resina natural e produtos derivados através de ações de comunicação e marketing.

E o financiamento?

O Fundo Ambiental publicou a 10 de maio o convite à constituição de consórcios para promover os projetos integrados nas três fileiras identificadas na Bioeconomia Sustentável apoiando:
  • Projetos de investigação, desenvolvimento e inovação desde o processo de investigação fundamental até à transferência para o mercado e eventual introdução no mercado;
  • Inovação Produtiva;
  • Projetos para o desenvolvimento de plataformas e bases de dados;
  • Eventos de transferência de conhecimento;
  • Formação e capacitação dedicada;
  • Comunicação e promoção.
De acordo com a página do Fundo Ambiental a apresentação de candidaturas tem como data limite o dia 10 de agosto de 2021. Este é o financiamento do futuro para a economia circular em três setores estratégicos da economia portuguesa.  De forma mais transversal continuam válidas as formas de financiamento já conhecidas. O seu negócio já se enquadra na economia circular? Sabe como financiar as alterações para proceder à alteração estratégica? A nossa equipa começa por analisar o enquadramento e fazer o pré-registo.  Fale com a nossa equipa e saiba como implementar a economia circular na sua empresa.  

JUNTOS VAMOS DAR O SALTO!

Para mais informações agende uma reunião com os nossos especialistas através do número: 21 330 72 02. Ou envie as suas questões para o e-mail: contacto@yunit.pt
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